domingo, 25 de janeiro de 2009

Um sábado à tarde

Ela decidiu que aquele era o momento ideal. Sentia-se segura, feliz, independente e sem remorsos ou resquícios de sentimentos, comuns no fim de um relacionamento.
Na razão, procurou pela casa todas as fotos do casal, do período em que ficaram juntos. Com a tesoura em uma mão e fotografias na outra, aconchegou-se na cama e começou a recortar cada lembrança refletida nas imagens.
Para dar o clima, um som de música meio melancólica misturada com um ritmo animadinho, chegava do andar de cima, de uma festa que rolava desde a manhã.
Ufa! Com olhar compenetrado, observava cada foto, cada sorriso, e imaginava cada palavra que não precisava ser dita. Olhava as imagens e, lentamente a memória tratava de fazer um bom trabalho, relembrando os momentos de carinhos, passeios, viagens, programas com os amigos e blá blá blá.
Sem dó, foi cortando e imaginando o futuro. Juntava cada pedacinho em uma sacola para no fim jogar tudo no lixo. Uma simples atitude que acabava com toda uma história, em definitivo. Uma atitude pensada, planejada e deliciosa.
Com o coração animado e o serviço terminado, foi se preparar para a noite, um sábado à noite. Afinal, é uma época de novas possibilidades, um momento em que tudo pode acontecer...