terça-feira, 21 de outubro de 2008

A TV manipula

Pesquisas revelam que a mídia é a terceira maior ocupação do homem moderno. Perdendo apenas para o trabalho e o sono, respectivamente.

Engraçado perceber o quanto ficamos horas e mais horas na frente de uma telinha. Embasbacados, compenetrados e sem duvidar do que ali assistimos.

Por mais de 50 anos, a televisão reina absoluta como o meio de comunicação mais popular no Brasil. Por meio das emissoras, muitas pessoas criam seu mundo de sonhos, possuem acesso às notícias e serviços, acompanham as tendências, idolatram ícones, conhecem bons e maus exemplos.

Apesar de alguns jornalistas ainda negarem, o meio é utilizado, sim, para manipular, principalmente a massa, o povão.

Ela leva informação às casas de milhares de pessoas, entra sem pedir permissão e apresenta as notícias de forma rápida, sucinta, objetiva. O povo manipulado assiste e engole a notícia quase sem tempo de compreender o que vê.

As pautas que deveriam ser selecionadas para interesse do público são trabalhadas e, muitas vezes, acabam por interessar a um interesse individual.

Percebe que os entrevistados, convidados para falar sobre certo assunto, são quase sempre os mesmos? Os anos passam e eles continuam aparecendo.

A verdade é que os entrevistados são selecionados a dedo, devem ter pensamento rápido, obedecer aos critérios de pauta passados pela produção e falar bem. Se não seguem essa linha estão fora.

Além de existir certa preguiça em formar, ensinar, preparar novos entrevistados. A pressa exigida pela televisão, que atende a um deadline, colabora para que algumas pessoas sejam sempre as mesmas fontes, os mesmos convidados.

Também é válido mencionar aqui o papel dos condutores das notícias, os apresentadores que lapidam as informações de acordo com seus interesses; se o assunto está sendo polêmico e gerando audiência, se o entrevistado está falando aquilo que a produção instruiu, se o tempo está adequado.

Em nosso país temos uma grande mostra da influência da TV: conhecida emissora promoveu debate em época política entre Collor e Lula. Após uma edição, Collor foi apresentado como um entrevistado que só tinha propostas inteligentes, idéias brilhantes. Já Lula apareceu em seus piores momentos, com muitos erros e sem conteúdo considerado importante. Não que eu esteja defendendo partidos. Que fique clara minha posição política – não sou contra, nem a favor de alguém, muito pelo contrário. A mesma emissora que elegeu o Collor a presidente causou seu impeachment.

Assim funcionam os debates na televisão. Existem também aqueles debates montados pelos próprios entrevistados, em sua maioria políticos, que na telinha se mostram inimigos quando são, na verdade, grandes companheiros das antigas. Mas isso não é mostrado, não é falado, é omitido do público – que não faz questão de saber.

Assuntos de boa qualidade já não são mais interesses de uma maioria, eles preferem as notícias que não exigem muito para pensar e aceitam o que é apresentado. Gostam de ver pessoas em situações piores que as suas e imaginar que são melhores, apesar de tudo.

O fato é que quando se trata da vida real, a notícia se torna interessante se for polêmica, catastrófica. Para ver coisas boas, assistem a uma novela e seguem a moda dos artistas, tentando imita-los para chegar mais próximo da realidade do que é ter um lugar ao sol.

Diante dessa análise, podemos dizer qual é o papel da mídia na sociedade? O professor Nelson Traquina retrata bem o mundo da ética no jornalismo e propõe a seguinte reflexão: o jornalismo, afinal, é um contra-poder ou um poder a serviço dos poderosos? É um espaço fechado de reprodução ideológica do sistema dominante ou pode ser um espaço aberto a todos os agentes sociais na luta política e social?

É mais fácil mostrar notícias de fácil entendimento, o povo parece preferir assim. E os jornalistas já nem tentam mudar isso. Obedecem apenas ordens superiores (alguns a contragosto), publicam o que seus editores mandam, a cúpula da TV se mostra focada não em prestar serviço e sim atrair cada vez mais público, agradando aos clientes que compram os horários publicitários e os enriquecem cada vez mais. Se em algum momento existiu o papel social, ele está sendo substituído pelo interesse comercial.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pena que o povo engoli isso naturalmente. Pelo menos , por enquanto, existe a linguagem livre na internet para expressarmos a verdade; a verdade sobre as verdadeiras notícias, sobre as omissões como, por exemplo, dos aviões que lançam pó químicos na atmosfera para espalhar vírus da gripe e outros, ou com pó de iodeto de prata para aumentar as nuvens e aumentar as chuvas (principalmente quando o céu esta encoberto para ninguém ver)isso destrói nosso sistema imunológico, altera nossa pressão, dar dor de barriga e no peito. Pra que as farmacêuticas vão de dar a cura se elas podem te vender um tratamento? É tanta manipulação e omissão que eu só logo a TV para assistir filme, o resto é só Internet.